Fé e Política

O Partido dos Trabalhadores no poder: avanços e contradições
André Barroso e Alberto Patrício

O programa Fé e Política do dia oito de janeiro de 2011, o primeiro do ano, trouxe como destaque uma repassada nos oito anos de Governo Lula e algumas pistas para reflexão de quais serão os desafios apontados para a presidente Dilma Roussef.

Para este encontro, fora convidado o jornalista e produtor do programa Boca Livre, que vai ao ar de 2ª a 6ª das 13h às 14h pela Rádio Tropical AM 830, Henrique Acker.

Como início de conversa, o participante, comenta que uma das realizações de Lula foi a inclusão da população chamada de Classe C pelos institutos de pesquisa, que estava à margem do mercado consumidor, por meio de programas sociais, como o Bolsa Família, o PROUNI, entre outros.

O jornalista Henrique Acker destaca também que, apesar dessa inclusão de mais de 40 milhões de brasileiros no mercado consumidor, ainda está longe de acontecer uma reviravolta na questão da divisão da renda, pois o orçamento da União está comprometido em 1/3 de seu total para amortização de juros de dívidas (interna e externa), como também a dívida pública. Não colocou para a votação de temas como as Reformas Tributária e Política, devidos às pressões exercidas principalmente pela chamada força de coalizão, liderada pelo PMDB, que deu sustentação a seu governo.

É importante notar que, ao contrário daquilo que marcou a trajetória político-sindical do companheiro Lula, seu governo foi marcado pelo pouco diálogo de Lula com a sociedade civil, em particular os movimentos sociais, que sempre foram sua base de apoio em inúmeras eleições que disputou, e pelo fato de o próprio presidente ser oriundo desses movimentos, e se pôs muitas vezes num diálogo mais franco e aberto com as classes mandatárias, principalmente das chamadas famílias que concentram grande parte das terras no país.

Devido à impossibilidade do entrevistado em continuar, pois não foi possível novo contato telefônico, a equipe trouxe à tona a questão PMBD, que em nosso Estado e cidade ficou muito clara a aliança nas três esferas (federal, estadual e municipal) encabeçada pelo governador Sérgio Cabral Filho e o prefeito Eduardo Paes, o que atou a própria autonomia do PT regional, que, ao invés de caminhar com as próprias pernas, se vê no dever de fidelidade a tais acordos.

Como conclusão do debate, a mesa coloca como três questões fundamentais para que o governo Dilma possa realmente, como ficou muito claro em seu discurso de posse, a erradicação da miséria no Brasil que passa pelas questões: de uma reforma agrária efetiva, que resolveria o problema do inchaço populacional e o desemprego nas grandes cidades, a democratização dos meios de comunicação, para que os profissionais possam trabalhar com isenção e que a própria sociedade organizada tenha acesso à informação e na transmissão da mesma e, por fim, um sistema financeiro com maior controle e menos oneroso aos bolsos do simples contribuinte, que é atingido com inúmeras tarifas e juros altíssimos praticadas por essas instituições.

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