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“Minhas notas até que eram boas, pois eu colava direitinho”

Vitor Orlando Gagliardo - jornalista

govitor@yahoo.com.br

Foi difícil, mas conseguimos entrevistar o humorista Danilo Gentili, um dos principais nomes do stand-up aqui no Brasil. O apresentador do CQC concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog Desburocratizando falando sobre seu show Volume I, o stand-up no país e sobre o livro ‘Como se tornar o pior aluno da escola (Manual Completo, Ilustrado, Revisado e Não Recomendado para Estudantes)’, que foi censurado pelo Ministério Público para maiores de 18 anos. “Achei ótimo! As pessoas, para quais o livro foi escrito, adoram comprar coisas proibidas”.

1. Primeiramente, vamos falar sobre seu livro. Você diz ter acumulado em seu histórico escolar, 78 assinaturas no livro negro, 12 suspensões e uma expulsão. Você foi um aluno tão ruim assim? Passou por quantas escolas?

Passei por duas praticamente... mas, eu não era um aluno tão terrível assim. Minhas notas até que eram boas, pois eu colava direitinho.

2. Qual foi a maior travessura que você já cometeu?

Uma que sempre meus amigos lembram quando nos vemos é, de quando dei purgante pro valentão da escola sem ele saber e retirei todos os papéis higiênicos de todos os banheiros.

3. O que motivou você a escrever o livro ‘Como se tornar o pior aluno da escola’?

Eu achei que ia me divertir escrevendo esse livro... então, me pareceu boa idéia.

4. O que achou da atitude do Ministério Público de censurar seu livro para maiores de 18 anos?

Achei ótimo! As pessoas, para quais o livro foi escrito, adoram comprar coisas proibidas.

5. Não te parece estranho esta proibição, uma vez que no subtítulo está escrito que não é recomendado para estudantes?

Me pareceria estranho se fosse em outro país... mas, estamos no Brasil! O pais que acha feio falar a palavra "bunda" na TV, mas mostra isso abertamente durante o carnaval ao vivo e a cores para o mundo inteiro.

6. Em relação as suas outras inúmeras atividades, qual foi a maior loucura que você já fez no CQC?

Aceitar o emprego foi a maior delas.

7. Fale um pouco mais sobre seu novo show Volume I.

Não é um novo show. É um compilado, uma coletânea de quatro anos de trechos de stand-up em bares que virou uma sequência de uma hora apresentada no teatro. Toda sexta estarei em cartaz às 11H59 no teatro Frei Caneca em São Paulo, e viajo, sempre que possível, com ele por todo país.

8. Sobre o stand-up, você acha que já se consolidou no país?

Como gênero, estamos no inicio da consolidação definitiva, porém temos mais uma barreira pra vencer que é a "frescurinha" do publico que não consome alguns tipos de temas ou humor feito com opinião. Mas é um amadurecimento que precisar ocorrer, não só no publico, como em mim, como humorista.