Espiritualidade

Deus de bondade e de misericórdia

Pe. Cleneu Magri
desburocratizando@gmail.com

(Reflexão do XI domingo tempo comum - 13/06)

Na primeira leitura (2 Sm 12,7-10.13) o autor depois de descrever o pecado de David (que cometeu adultério com Betsabeia e mandou que o marido desta – Urias, soldado do exército de David – fosse colocado num lugar arriscado, no combate contra os amonitas, a fim de que corresse riscos e morresse – o autor apresenta – pela voz do profeta Natan – a reação de Deus diante do pecado do rei. Deus não pactua com o pecado, mas manifesta uma misericórdia infinita para com o pecador. Deus não fica indiferente diante da injustiça cometida e que pede contas ao agressor. Daí os castigos anunciados contra David e a sua casa. Confrontado com o seu crime, David reconhece, com humildade, o seu comportamento errado e pede perdão; e Deus acaba por perdoar a sua falta. O autor resume a lógica de Deus, que condena o pecado, mas que não abandona o pecador. Assim, aprendemos que apesar das nossas falhas, a misericórdia de Deus não nos abandona e dá-nos sempre a possibilidade de recomeçar.

No Evangelho (Lc 7,36 – 8,3) a personagem central é a mulher a quem Lucas apresenta como “uma mulher da cidade que era pecadora”. A mulher percebe em Jesus uma atitude diferente dos mestres da época, sempre preocupados em evitar os pecadores notórios e em condená-los. A ação da mulher (o choro, as lágrimas derramadas sobre os pés de Jesus, o enxugar os pés com os cabelos, o beijar os pés e ungi-los com perfume) é descrita como uma resposta de gratidão, como consequência do perdão recebido. A parábola que Jesus conta, a este propósito significa não que o perdão resulta do muito amor manifestado pela mulher, mas que o muito amor da mulher é o resultado da atitude de misericórdia de Jesus: o amor manifestado pela mulher nasce de um coração agradecido de alguém que não se sentiu excluído nem marginalizado, mas que, nos gestos de Jesus, tomou consciência da bondade e da misericórdia de Deus.

O Pe. Cleneu Magri é Vigário da Paróquia Sangue de Cristo

1 comentários:

Anônimo | 8 de junho de 2010 às 19:57

Pe. Cleneu, seus textos nos deixam mais próximos da palavra de Deus.

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