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Paixão, bom humor e humildade: a receita de um bom gestor

Luiz Otávio da Silva Nascimento é engenheiro, especializado em Marketing pela FGV. Mestre em Administração de Empresas pela UFRGS, com cursos de especialização feitos nos Estados Unidos e na França. Tem mais de 25 anos de experiência na gestão de empresas varejistas e industriais. É consultor e conselheiro de empresas. Com um currículo extenso, ele acaba de lançar o livro Gestor Eficaz - Práticas para se destacar em um ambiente empresarial competitivo (Ed. Nova Conceito). Em uma entrevista exclusiva ao Blog Desburocratizando, ele ensina as formas que um gestor pode alcançar o êxito de uma carreira bem-sucedida, os caminhos para o empresário alcançar a liderança, além de orientar os candidatos na elaboração do currículo e de como se comportar em uma entrevista de emprego. “O candidato deve ser autêntico e bem humorado (ninguém gosta de pessoas amarguradas). Deve ter visão positiva da vida, ser ambicioso, mas equilibrado como pessoa e profissional. Deve mostrar brilho nos olhos e transmitir segurança”.



1. Quais as principais características que um gestor precisa ter?

Penso que a primeira grande característica é "gostar de gente", pois o bom gestor é aquele que obtém resultados através de pessoas felizes. Outra importante característica é "humildade", uma vez que devemos aprender com os erros e entender que precisamos melhorar continuamente. Para limitar as três características cito "paixão", gostar do que faz, que torna prazeiroso e mais divertido o nosso trabalho.

2. O senhor acredita que haja falta de bons gestores em nosso país? A falta de mão de obra qualificada pode ser uma explicação para esta ausência?

No Brasil temos excelentes gestores, criativos e flexíveis, formados por anos de trabalho com um ambiente marcado por constantes incertezas e alta inflação. Mas, muitas empresas premidas pelos seus orçamentos, abandonaram a formação de lideranças e hoje
sentem o erro que cometeram. Usando uma imagem: algumas empresas cortaram tanto que amputaram as próprias pernas e hoje não podem mais correr. Por outro lado, a geração Y, aquela formada pelos jovens que hoje têm cerca de 27 anos, perderam o desejo de olhar a médio prazo para as empresas, já que elas viram os seus pais que eram funcionários
de carreira perderem os seus empregos. Daí eles almejarem tudo a curto prazo e não terem paciência para esperar por dias melhores. Em paralelo a isso, as universidades ainda apresentam lacunas e contribuem pela falta de mão de obra qualificada.

3. Qual a importância da liderança no atual cenário?

A liderança sempre foi e será responsável pela construção do futuro de suas empresas, mas não devem se esquecer que somente existirá futuro se as suas empresas "almoçarem" todos os dias, ou seja, terem bons e lucrativos faturamentos a curto prazo.

4. No livro o senhor diz que um gestor eficaz precisa ter como características, a paixão na hora de escolher a carreira, bom humor e humildade. Como esses três elementos tornaram-se fundamentais para a eficiência do gestor?


Esses três elementos propiciam criar um ambiente saudável, imprescindível para ter colaboradores felizes que, por sua vez, geram clientes felizes que, então, compram mais e melhor, o que torna muito feliz o acionista. A meu ver essa é a real cadeia de geração de valor para uma empresa.

5. Os concursos públicos tornaram-se uma obsessão para a maioria dos brasileiros. Muitos abandonam os sonhos profissionais em busca de estabilidade. É possível construir um bom gestor neste caso?

Sim. Talvez a geração Y veja no emprego público a oportunidade de fazer carreira e/ou conciliar a vida profissional com a família. Mas, independentemente disso, o serviço público é o que mais precisa de bons gestores, pois o brasileiro, de modo geral, paga caro por tais serviços (temos uma das maiores cargas tributárias do mundo) e recebe pouco em troca. É necessário rever os processos nessa área, agora sob a luz da TI - Tecnologia da Informação e privilegiando o contribuinte, o cidadão.

6. Falando especificamente sobre mercado de trabalho, quais os principais conselhos para a elaboração de um currículo?

Primeiro é que ele seja conciso (duas páginas no máximo) e elaborado especificamente para a posição/empresa desejada, listando o que o candidato pode fazer pela empresa. Deve-se lembrar que do outro lado estará um gestor que não pode falhar na escolha do seu novo
colaborador e quanto mais assertivo e confiante se mostrar o candidato, maiores serão suas chances de conseguir a vaga.

7. Na hora de uma entrevista de emprego, de qual maneira o candidato deve se portar?

Antes de mais nada deve evitar jargões. Deve ser autêntico, bem humorado (ninguém gosta de pessoas amarguradas). Deve ter visão positiva da vida, ser ambicioso, mas equilibrado como pessoa e profissional. Deve mostrar brilho nos olhos e transmitir segurança.

2 comentários:

Anônimo | 31 de janeiro de 2011 às 11:00

boa entrevista. É sempre saber as orientações de quem contrata.

Anônimo | 31 de janeiro de 2011 às 17:20

não podemos ficar presos aos QI. O mercado está muito competitivo e precisamos nos atualizarmos cada vez mais

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