Espiritualidade

“Não julgueis param não serdes julgados” (Mateus 7, 1-5)

Pe. Cleneu Magri

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O evangelho ensina-nos a não julgar os outros, deixando esse encargo para Deus. “Não julgueis, para não serdes julgados; pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos” (vv. 1-2).


A nossa única preocupação em relação ao próximo será ajudá-lo. Tarefa difícil, uma vez que, muito frequentemente, temos de julgar, de discernir o que é bom e o que é mau. Só Deus, que sonda os corações, pode condenar ou justificar alguém.


Quando julgamos os outros, facilmente pecamos. É - para usar as palavras de Jesus - como se puséssemos uma trave na vista. Assim faziam os fariseus, que orgulhosamente se julgavam diferentes dos outros, e mesmo superiores. Criticavam as ações dos outros e não viam o egoísmo e a soberba que lhes enchia o coração, a pesada trave que os separava dos outros, e de Deus. Facilmente somos tentados a julgar os outros. Mas Deus convida-nos à misericórdia e à solidariedade: “Carregai as cargas uns dos outros e assim cumprireis plenamente a lei de Cristo”, escreve Paulo aos gálatas (6,2).

Quando estamos dispostos a fazer isto, não criticamos: ajudamos. Membros de Cristo, fiéis ao seu premente convite do Sint unum - “Que todos sejam um” - (Jo 17, 21), levam fraternamente os fardos uns dos outros. O Vaticano II falou eficazmente da vida comum, apelando para o exemplo da primitiva Igreja de Jerusalém (cf. Act 2, 42; 4, 32), para a doutrina de Paulo acerca do respeito mútuo (cf. Rm 12, 10) e para o carregar os fardos uns dos outros (cf. Gl 6, 2), fazendo o elogio da caridade derramada pelo Espírito no coração dos fiéis.

Os fariseus observavam a lei por hipocrisia, para serem vistos e por interesse, com um espírito de crítica e de difamação pelos outros. Nosso Senhor dá-nos por modelo as disposições do seu próprio coração, manso e humilde. Por isso, nos diz: Fugi do espírito de crítica e de censura. Não julgueis e não sereis julgados. Perdoai e sereis perdoados. Não procureis um cisco no olho do próximo quando tendes uma trave no teu. Finalmente, tomai os meios necessários para bem observardes a lei. Rezai e pedi a Deus o fervor e a perfeição. - Seja misericordioso para com o próximo, e Deus será contigo.

(Pe Cleneu Magri é Vigário da Paróquia Sangue de Cristo)

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