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Por que o que compramos hoje já é velho amanhã?
Eduardo Campos - Técnico de Informática e TI
eddcampos2@gmail.com
Já percebeu que a tecnologia tem um ciclo de vida curto quase como um prazo de validade? Saiba o porquê e o que fazer para não gastar tanto na hora de adquirir um produto novo!
Atire a primeira pedra quem nunca vivenciou algo semelhante. E não é apenas com telefones móveis que isso acontece, mas basicamente todo o tipo de equipamento eletrônico, afinal quando o assunto é tecnologia, uma coisa é certa: todas possuem um prazo de validade. A quantidade de novidades que surgem é tão grande que é praticamente impossível acompanhar todos os lançamentos. Isso faz com que, por mais que tente se manter atualizado, sempre haja algo novo esperando ser comprado e consumido.
Mas qual a lógica de oferecer muito mais do que se pode consumir?
Ciclo de vida da tecnologia
A partir desses níveis, é possível avaliar quanto tempo resta até que aquela tecnologia torne-se ultrapassada. Se você pensa em comprar um iPhone 3GS atual, por exemplo, talvez seja o caso esperar, já que a nova linha de aparelhos com iPhone OS 4.0 já está para chegar.
Na minha época não era assim
E isso não é de todo errado. O que se via eram equipamentos com um tempo de vida útil muito maior do que os atuais. A própria televisão, presente na vida de praticamente todas as pessoas, recebeu poucas novidades significativas em seu quase um século de história. Por mais que tenha diminuído consideravelmente de tamanho, sua tecnologia teve poucos avanços. Entre os primeiros modelos de TV, ainda em preto e branco, e as que transmitiam imagens em cores foi um espaço de quase 30 anos. A próxima revolução foi a mudança de formato para widescreen com telas em LCD e LED, que demorou cerca de 40 anos pra acontecer. O mesmo aconteceu com o videocassete. O primeiro modelo surgiu em 1956 e sua vida útil foi de quase 50 anos. Já seu sucessor, o DVD, não teve a mesma durabilidade. Com apenas 16 anos, ele já sofre a pressão da nova geração de mídias Blu-ray.
Casos e casos
Se as novas tecnologias são lançadas com certa frequência, como saber se aquele objeto que você quer tanto comprar vale a pena? Será que não é melhor esperar chegar a próxima novidade? O problema de aguardar a nova etapa no ciclo de vida dessa tecnologia é que você nunca vai encontrar um momento estável. No momento que um produto se firma no mercado, em pouquíssimo tempo uma atualização ou uma versão ainda melhor é anunciada, o que o força a adquirir mais e mais, ou a filtrar apenas aquilo que lhe é útil.
Sistemas operacionais
A atualização de tecnologias não é exclusividade de produtos eletrônicos. Programas são constantemente modificados e recebem novas versões com certa frequência. E o mesmo acontece com os sistemas operacionais.
Para cada uma das primeiras versões do Windows, por exemplo, havia um intervalo de dois ou três anos entre os lançamentos. Foi a partir do Windows 98 que a periodicidade das atualizações passou a ser anual.
Um fato curioso é que os usuários brasileiros do sistema da Microsoft têm certa resistência em fazer atualizações. O Windows 98 foi um dos mais populares e demorou alguns anos para enfim ser substituído pelo XP, que depois de nove anos, após seu lançamento, ainda é um dos SO mais utilizados no Brasil.
Já para o Ubuntu, o período de atualização é de seis em seis meses, sendo geralmente feita nos meses de abril e outubro. O único problema é que o tempo de vida útil total do sistema é bem curto: em média, não ultrapassa os dois anos.
Programas
Com os programas acontece a mesma coisa. As novas versões são lançadas com frequência e adicionam recursos e possibilidades antes impossíveis. Em aplicativos gratuitos, como navegadores, isso é sempre visto com bons olhos, mas a coisa muda de figura quando é preciso comprar a nova atualização.
O Adobe Suíte, por exemplo, apresenta constantes mudanças desde a versão CS2. São novas funções que fazem com que adquirir o recém-lançado CS5 seja praticamente obrigatório para quem trabalha com esses aplicativos.
Já com navegadores gratuitos essa mudança não chega a ser vista como “prazo de validade”, já que as novidades funcionais podem ser simplesmente baixadas a partir de uma atualização. Mas são pequenos acréscimos que fazem com que todo o ramo tenha de ser adaptar e o usuário aprender a mexer com aquele novo recurso.
Quem não se lembra de quando o Firefox possibilitou a utilização de complementos a partir de sua versão 3.0? Foi um dos principais que fizeram com que usuários migrassem para o navegador da raposa e somente depois de um tempo que o Google Chrome adicionou o mesmo recurso.
Mas afinal, o que é melhor?
Agora fica a pergunta: o que é melhor fazer? Será que realmente vale a pena tentar acompanhar as últimas novidades tecnológicas ou esperar até que aquele produto que atende suas necessidades fique com um preço mais acessível?
A resposta é depende. Que tipo de consumidor você é? Se for aquele ávido por novidades e tem condições de adquirir todos os grandes lançamentos, vá em frente! Porém, se prefere apenas para uso diário e não se importa tanto com os novos modelos, espere. Como dito neste artigo, o burburinho, ou hype, é um dos principais fatores para elevar os preços.
Mas basta até que a nova onda de produtos chegue para que a primeira fique mais barata e acessível. Isso evita que você volte depois à loja e perceba que poderia ter economizado muito dinheiro se tivesse esperado um pouco mais.
Por outro lado, é preciso ficar atento para não comprar algo que já está datado ou até mesmo obsoleto. Como a tecnologia evolui a uma velocidade impressionante, é sempre importante estar por dentro de notícias e anúncios de grandes empresas, afinal você não vai querer comprar algo velho, não é mesmo?
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