Futebol

Dança dos técnicos
Regina Valente - jornalista
reginavalente@gmail.com

Mal começou o Brasileirão e a velha máxima continua válida: a cabeça do técnico está sempre a prêmio. Não importa a qualidade técnica do time, se há elenco capaz de dar conta do recado em um torneio tão longo como o campeonato nacional. Nada disso vale quando acontece uma derrota. O fato é que o “professor”, o “chefe”, dança. Afinal, alguém tem de levar a culpa.


No Palmeiras, esse é um caso emblemático. O time tem vivido sob o comando de interinos, entre um e outro treinador oficial. Os problemas são de ordem psicológica – a alternância de comando gera forte instabilidade emocional na equipe -, também de ordem tática. Agora, é a vez de Parraga.

Cada técnico chega com uma filosofia diferente – mais zagueiros, menos atacantes, mais alas, menos meiocampistas. Luxemburgo tinha o famoso “projeto” da Libertadores em 2010, apostou em Keirisson e deu no que deu. Jorginho ficou pouco tempo, aparentemente com o grupo nas mãos, e conseguiu bons resultados no brasileirão. Mas... a pecha de “interino” pesou. Veio Muricy e seu estilo peculiar, com muita ligação direta – se bem que o ex-são paulino não teve tempo de fazer um bom trabalho. Foi limado antes.

Parraga, que tem a difícil missão de preparar o time para o próximo “efetivo-temporário”. Chegar a um entrosamento, algo tão importante para ser campeão de pontos corridos, é uma missão difícil para o Verdão. Resta saber se dá tempo de arrumar a casa e se o clube vai ter um bom desempenho no pós-Copa.


Segundo a dança das cadeiras dos técnicos, o uruguaio Jorge Fossati não é mais técnico do Internacional. A demissão foi confirmada pela diretoria colorada nessa sexta, 28 de maio, após a terceira derrota consecutiva. No comando do Inter, Fossati foi vice-campeão gaúcho e garantiu classificação para as semifinais da Copa Libertadores da América, contra o São Paulo. Porém, com a demissão, ele não terá a oportunidade de dirigir o time nos jogos em 28 de julho e 4 de agosto. Jorge Fossati treinou o Internacional em 34 jogos, com 19 vitórias, oito empates e sete derrotas. Resta saber como ficará o colorado para a próxima fase da Libertadores, uma vez que o novo técnico deve chegar somente depois da Copa. E o Inter enfrenta um time do São Paulo em ascensão, técnica e psicológica.

E, para refrescar a memória, em um passado bem recente, Gaúcho foi dispensado do Vasco após o mau desempenho no Campeonato Carioca, na segunda rodada do Brasileirão. Em seu lugar, assumiu Celso Roth, técnico já manjado na "arte" de apagar incêndios. Coisa, aliás, que virou rotina no vaievém dos treinadores.

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