Cinema

Homem de Ferro: o que há por trás do super-herói?
Vitor Orlando Gagliardo - jornalista
govitor@yahoo.com.br

Estreou no dia 30 de Maio, o filme Homem de Ferro 2, uma das maiores expectativas do ano. Nessa matéria, não vou fazer a crítica do filme. Vou deixar essa função para os críticos. Aqui, vou tratar de expor, o que há de fato por trás desse super-herói.

Estamos no ano de 1963. O presidente norte-americano John Kennedy inicia o embargo econômico a Cuba. É o início da Guerra Fria que separou o mundo em dois pólos: o capitalista liderados pelos EUA e o socialista comandado pela URSS. Esse ato repercutiu em todo o mundo inclusive, nos movimentos militares ocorridos em toda a América. Ainda nesse ano, Kennedy é assassinado.

Este cenário político inspirou Stan Lee e Jack Kirby, com o auxílio do roteirista Larry Lieber e do desenhista Don Heck, a lançarem na revista Tales os Suspense, nº 39, um herói que utilizava uma arma metálica, inovando na tecnologia.

A criação do Homem de Ferro está totalmente veiculada com a posição americana na Guerra Fria, primordialmente, na Guerra do Vietnã. Reparem só: Tony Stark é um bilionário da indústria bélica. Testando uma de suas armas, é atingido por estilhaços de uma bomba em seu coração. Ele é encontrado pelos vietnamitas, aprisionado e forçado a desenvolver uma de suas armas para o ‘inimigo’. Com sua ‘enorme’ habilidade, Stark engana os vietnamitas e desenvolve uma armadura de ferro à base de transistores que mantém seu coração funcionando. Ele derrota seus inimigos e se torna um verdadeiro super-herói.

É interessante a contradição que envolve o personagem. Pode-se dizer que o Homem de Ferro é um anti-herói. Repare só: fabricante de armas que não se preocupa com a morte de milhões de pessoas e ainda lucra com tal fato.

Os adversários do herói eram todos ligados à ideologia socialista: Mandarim, Dínamo Escarlate, Bárbaro Vermelho entre outros. Stark chamava seus rivais de terroristas. A história suavizou quando os americanos começaram a contestar a Guerra do Vietnã. Aí Stark vira um homem bom que não quer mais produzir armas.

O Homem de Ferro só foi ter sua própria revista em 1968. As histórias variavam em três enredos: triângulo amoroso do herói, os estilhaços da bomba no coração e a lutra contra os inimigos socialistas.

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O personagem jamais chegou à popularidade de outros heróis da Marvel como o Homem - Aranha ou o Quarteto Fantástico. Sua primeira revista saiu, aqui no Brasil, em julho de 1967, dividindo o espaço com histórias do Capitão América.

Embora não seja uma novidade, pois a maioria dos super-heróis foram criados a partir de um teor ideológico, assusta a forma como Stark se transformou de um vilão para um herói tão cultuado. Talvez, o principal mérito seja do ator Robert Rowney Jr.


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