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“Rio precisa de gerência”, diz César Maia

Vitor Orlando Gagliardo - Jornalista

Ele já foi Secretário de Fazenda do governo de Brizola, deputado federal e prefeito da cidade do Rio de Janeiro em três ocasiões. César Maia, em entrevista exclusiva ao Desburocratizando, falou sobre sua candidatura ao Senado Federal, seus governos anteriores, apoio a candidatura de Fernando Gabeira e não poupou críticas à gestão do atual prefeito da cidade, Eduardo Paes. Confira abaixo, na íntegra, o resultado desta entrevista.
1. Como o senhor avalia a gestão do atual prefeito Eduardo Paes?
Comete quatro erros básicos: a) tira direitos dos servidores; b) humilha os pobres; c) abre as portas à especulação imobiliária e; d) faz promessas governando como em campanha. Espero que os corrija.
2. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram criados entre os anos de 2000-2008, 279 favelas, uma média de 34 por ano, justamente durante sua gestão. A que o senhor atribui este crescimento?
O IBGE não tem esses números, pois seu estudo censitário terminou em 2000. O que importa são os números do próprio IBGE na recontagem parcial do censo em 2007. O número de moradores em favelas crescia até 2000 a taxa de 3,5% ao ano e nos últimos anos cresce a taxa de 11% ao ano.
3. Talvez a obra mais polêmica de sua gestão, a Cidade da Música não tem sido prioridade na gestão do atual prefeito Eduardo Paes. Muito já foi dito e comentado em relação a esta obra como por exemplo em ser desnecessária e ponto de desvio de verba. Como o senhor analisa todos estes fatores e por que um espaço para a música clássica na Barra da Tijuca?
Não há centralidade cultural e esportiva sem um grande equipamento. A Cidade da Música resgata para o Rio a centralidade na música e na dança. A obra foi retomada, o que é uma boa notícia. A escolha do "umbigo", Lucio Costa, da Barra é por ser uma nova centralidade articulada à Zona Norte pela Linha Amarela, a Zona Oeste pela Grota Funda e a Zona Sul pela Lagoa-Barra.
4. Muito se criticou os investimentos feitos para a realização do Pan-Americano em 2007. O senhor acredita que a cidade do Rio de Janeiro esteja preparada para sediar os Jogos Olímpicos?
O grande legado do PAN-07 é exatamante a Olimpíada de 2016. Sem o Pan não haveria Olimpíada. Desde que se cumpram os cronogramas, não vejo problema. Já demonstramos que o Rio tem capacidade para isso. Mas precisa ter gerência.
5. Em relação a seu futuro político, o senhor está apoiando o candidato José Serra (PSDB) e é pré-candidato ao Senado. O senhor pleiteia se candidatar à Presidência da República nas futuras eleições?
Não se pode perder o foco. Uma eleição por vez. Só me dedico a trabalhar a eleição ao Senado.
6. Em relação às eleições ao governo do Rio de Janeiro, o senhor apoiará o candidato Fernando Gabeira?
Se ele for candidato, certamente.
7. O senhor publicou recentemente um artigo debatendo a descriminalização as drogas. E se mostrou reticente sobre este ponto. O candidato Fernando Gabeira é a favor desta descriminalização. Não seria uma contradição?
Uma aliança é composta de vetores distintos que se juntam numa causa comum. Se fosse assim, ele não poderia apoiar a Marina que pensa como eu.
 Fonte: Divulgação

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