Economia

A crise na Europa

Jamil Kehdi Pereira Chevitarese


Em 2008, a crise do sub-prime pegou o mundo de surpresa. Num primeiro momento, todos se lembraram do New Deal de Franklin Roosevelt, presidente dos Estados Unidos no pós-crise de 1929. A reação, altamente expansionista do ponto de vista monetário, foi feita em conjunto por diversos países, com efeitos diversos.

Para a União Européia seria um primeiro grande teste. Após a assinatura do tratado de Maastrich (1991), esperava-se dos países da zona do Euro coerência fiscal para manutenção das políticas econômicas. Doce ilusão: esperar coerência entre culturas e estágios econômicos distintos foi uma falha. A Alemanha tem capacidade de uma taxa de juros mais baixa que a Grécia e outros países e, sendo o núcleo do bloco, trouxe as taxas para baixo. Isso levou a um excesso de liquidez e a uma tentação incrível para outros países. Era altamente improvável que Maastrich fosse respeitado, e a dívida grega estourou, sendo seguida de perto por Portugal, Espanha e Itália (a crise irlandesa foi um caso particular mais ligado a problemas na área de risco dos bancos).

As perspectivas para a união monetária são distintas em cada local segundo seus problemas. Com o fim do Euro – destino não de todo improvável -, para Alemanha e, em menor escala, França esperam-se uma grande valorização das moedas nacionais, encolhimento da indústria e recessão. Para os outros países um cenário crível seria o do Brasil na década de 90: uma longa estagnação e uma grande crise de confiança com grande volatilidade da taxa de juros.

1 comentários:

Anônimo | 24 de novembro de 2011 às 06:41

muito boa a linguagem deste blog. As matérias bem claras e objetivas. Parabéns pelo texto.

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